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“Como a abelha que colhe o mel de diversas flores, a pessoa sábia aceita a essência das diversas crenças e vê somente o bem em todas as religiões”

17 de set. de 2011

Dalai Lama no Brasil: "Prega a união das religiões"


Em sua quarta passagem pelo País, o 14º Dalai Lama, Tenzin Gyatso, líder espiritual do Tibete, criticou neste sábado as guerras recentes que aconteceram no Iraque e Afeganistão. "Vemos que a motivação dos EUA era até boa, pois queria promover a democracia para esses países, porém, o método violento usado foi equivocado. O ideal do mundo moderno é uma realidade desmilitarizada. O mundo livre de armas é uma meta", afirmou durante palestra aberta ao público no Anhembi, zona norte de São Paulo.
O Dalai Lama pediu que o século 21 seja conhecido por seus anos de paz, pois o século passado deixou um legado ruim. "Foi uma época de violência, em que mais de 20 milhões de pessoas morreram por causa de guerras. E isso não tornou o mundo mais pacifico ou mais humano", afirmou.
"Para se alcançar o desarmamento externo é necessário que aconteça um desarmamento interno, o que significa nos livrarmos da raiva, do ódio e da violência". Nesse momento, o discurso dele foi, pela primeira vez, interrompido por aplausos. Dalai Lama também enalteceu os esforços de alguns países para banir as armas nucleares.
O líder afirmou que a humanidade deve aprender com os erros do passado para um futuro melhor. "Temos que ponderar novas formas de conduzir o presente e, consequentemente, o futuro. Os conflitos precisam ser resolvidos com diálogo."
Na segunda parte da palestra, Dalai Lama falou sobre a corrupção, a qual definiu como "um câncer que assola a sociedade". O líder perguntou ao público qual era o nível de corrupção no Brasil, ao que a plateia prontamente respondeu que era grande. Ele então citou como exemplo a Índia que é hoje um pais democrático, com poder judiciário independente e liberdade de imprensa, diferente da China. "A Índia tem um governo responsável diante da população. Mas mesmo assim possui pobreza e corrupção assim como outros países democráticos".
Dalai Lama citou o caso de grandes cidades como São Paulo que contam com prédios cada vez mais altos. "Muitas vezes, os valores das pessoas entram em declínio na mesma proporção (que a altura dos prédios) e velocidade e com isso aumenta-se a diferenças sociais". 

 Por:
João Paulo Baxega



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