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“Como a abelha que colhe o mel de diversas flores, a pessoa sábia aceita a essência das diversas crenças e vê somente o bem em todas as religiões”

24 de jan. de 2011

A Verdade



Quando Pilatos perguntou a Jesus: “O que é a verdade?" - Jesus guardou silêncio. Quando fizeram a mesma pergunta ao Buda, ele deu as costas e se retirou. A Verdade é incomunicável como é incomunicável o sublime êxtase que sentimos quando contemplamos um belo pôr-do-sol.
A Verdade é questão de experiência mística e só através do êxtase podemos experimentá-la.
Todo o mundo pode dar-se ao luxo de opinar sobre a Verdade, porém a Verdade nada tem a ver com as opiniões. A Verdade nada tem a ver com o pensamento. A Verdade é algo que somente podemos experimentar em ausência do Eu.
A Verdade vem a nós como ladrão na noite e quando menos se espera. Realmente, a Verdade é algo bastante paradoxal, quem a sabe não a diz e quem a diz não a sabe. A Verdade não é algo quieto e estático. A Verdade é o desconhecido de momento em momento. A Verdade não é uma meta onde devemos chegar. A Verdade encontra-se escondida no fundo de cada problema da vida diária.
A Verdade não pertence ao tempo nem à eternidade. A Verdade está além do tempo e da eternidade.
A Verdade, Deus, Alá, Brahma, ou como queiram chamar Isso que é a grande realidade, é uma série de vivências sempre expansivas e cada vez mais e mais profundamente significativas. Algumas pessoas têm uma ideia sobre a Verdade e outras pessoas outras ideias. Cada um tem sobre a Verdade suas ideias próprias, porém a Verdade nada tem a ver com as ideias, pois é totalmente diferente de todas as ideias.
No mundo há muitas pessoas que crêem ter a Verdade sem havê-la experimentado realmente; e em geral essas pessoas querem ensinar a Verdade aos que de fato a experimentaram alguma vez.
A experiência da Verdade torna-se impossível sem a sábia concentração do pensamento.
Existem dois tipos de concentração: o primeiro é exclusivista e o segundo é pleno, total, não exclusivista.
A verdadeira concentração não é o resultado da opção com todas suas lutas, nem de escolher tais ou quais pensamentos. Isso de dizer “eu opino que este pensamento é bom e aquele outro é mau”, ou vice versa, ou ainda, “não devo pensar nisto”, e que “é melhor pensar naquilo”, etc., forma, de fato, conflitos entre a atenção e a distração e onde há conflitos não pode existir quietude e silêncio da mente.
Nós devemos aprender a meditar sabiamente e conforme surja na mente cada pensamento, cada lembrança, cada imagem, cada ideia, cada conceito, etc., devemos olhá-lo, estudá-lo, extrair de cada pensamento, recordação ou imagem, etc., o melhor. Quando o desfile de pensamentos terminou, a mente fica quieta e em profundo silêncio e então a essência da mente escapa e advém a experiência d’Isso que é a Verdade.

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