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“Como a abelha que colhe o mel de diversas flores, a pessoa sábia aceita a essência das diversas crenças e vê somente o bem em todas as religiões”

26 de fev. de 2011

Quem é Regih Ricarth ?





Quem é você e como se tornou um esotérico?

Bem, falar de si próprio é muito difícil, porém em poucas palavras, eu diria, que sou como muitos...
Tenho defeitos e qualidades e busco sempre acertar.
Comecei, estudando baralho cigano em 1996, e de lá pra cá, só tenho me aprimorado nesta área, como nos estudos de outros oráculos e outras ciências ocultas.

Regih Ricarth é o seu nome mesmo?

Não, e nem poderia, pois alem deste Regih Ricarth existe o Reginaldo.
O Ricarth é o esotérico e o Reginaldo é a minha personalidade social e familiar. Adotei este nome por orientação e assim faço.

Existe diferença e por quê?

Bem, existe sim, e eu gosto que seja assim, pois não iria suportar ser um ou outro o tempo todo.
Mas, no meu dia a dia existe a presença de ambos.

Os seus serviços só se baseiam nas ciências ocultas?

Não.
Desde, criança que pressentia e via talvez, coisas pra alguns, “ Sobrenaturais”.
Na idade adulta, isto foi crescendo, então procurei explicações, e as encontrei na   Doutrina Espírita.
Onde descobrir, que sou  médium Intuitivo e de sonambulismo.
Desde então, venho estudando e aprimorando a minha mediunidade.

Você é espírita?

Considero-me Espiritualista.
A diferença e que os espíritas seguem o espiritismo, e eu, todas as crenças e doutrinas que nos fazem bem e nos levam ao Amor maior.
Acredito, que para se chegar a Deus, vários são os caminhos.
Alias,gostaria de aproveitar aqui a pergunta e citar esse pensamento de Kardec que acho muito oportuno:
O espiritismo — escreve ele — dirige-se aos
que não crêem ou que duvidam, e não aos
que têm fé e aos quais esta lhes basta; ele
não diz a quem quer que seja que renuncie
ás suas crenças para adotar as nossas e
nisto é coerente com os princípios de tolerância
e de liberdade de consciência que professa...

acolhei dedicadamente os homens de
boa vontade, dai-lhes a luz que procuram,
pois com os que julgam já possui-la não tereis
êxitos. (31) 
 (31) Revista Espirita, dezembro, 1863, p. 367.

Visto que existem muitos videntes, cartomantes e esotéricos, qual o seu diferencial?

Com todo respeito, esse diferencial, só vai sabe quem de fato for o meu consulente.
Mas posso afirmar que a verdade e o bom senso são os meus diferencias.
 

Em seu trabalho existe alguma influencia dos espíritos,  já que você é médium intuitivo?

Existe, sim. Porém, só quando acham necessários.
Não depende do médium, como afirmava Chico Xavier, o telefone toca de lá pra cá.

O que é  um médium intuitivo?

Médium intuitivo é todo aquele que transmite de forma consciente os pensamentos sugeridos pelos espíritos. Em outras palavras, eu sou uma espécie de interprete da espiritualidade.

Todas as suas previsões são exatas?

Isso é muito relativo. Costumo, dizer aos meus consulentes, que farei  para eles, apenas o papel de orientador em seus destinos.  Ainda é deles a decisão de ir ou não pelo caminho que lhes  for mostrado.

O que faz as pessoas não seguirem os seus conselhos?

Bem, os conselhos não são meus, eu sou apenas o orientador. Mas, diria que os dois obstáculos que alguns encontram neste caminho são: o orgulho e o egoísmo. Muitos não sabem aceitar “Não”, como resposta. Creio, que neste caso sou diferente de alguns esotéricos, pois não mostro ao cliente o que ele quer ouvir, e sim o que ele deve ouvir.

Por que cobrar pelos serviços prestados, isto não seria sua missão?

Ora, cobro exatamente porque é um serviço que presto como qualquer profissional.
Cobro, porque estudei e paguei para sabe o que sei hoje, quando o assunto é Esoterismo.
Também é missão ser medico professor, psicólogo, etc. Ninguém, nasce sabendo astrologia, numerologia ou mesmo taro.
O que não devo e nem posso, é cobrar pelo auxilio dos espíritos em minhas consultas, porém essa é a parte nunca cobrada. 

Por que criar um blog?

Bem, resolvi criar, porque assim sendo, penso eu, posso atingir um maior numero de pessoas com o objetivo maior de ajudar.

O que é o Blog Recanto Astral?

Desde o seu nascedouro, tem  ele o objetivo de ser esclarecedor, no que rege a vida tanto material como a espiritual. Aqui no blog eu irei compartilhar tudo aquilo que acredito independente de crenças ou religiões. O Blog Recanto Astral tem como obrigação maior divulgar a Espiritualidade, e está meu caro, esta presente em todas as Religioes,ela não pertence nem a (A) nem tão pouco a (B).

Existe algum tipo de preconceito em seu trabalho, ou melhor, você sente algum preconceito por misturar tantas religiões, como por exemplo, Espiritismo e Esoterismo?

Primeiro, eu não misturo religiões. O que faço no blog é postar várias informações a respeito de algumas religiões que creio que sejam de um ótimo proveito para os demais assim como é para mim.
Segundo, já falei e torno a repetir, não me sinto espírita, no máximo me sinto um simpatizante estudioso desta doutrina. Até porque acredito que quando os Espíritos orientarão Kardec com a Codificação eles fizeram para que toda a humanidade tomasse conhecimentos, porém sem precisar se converter em Espíritas, visto que o mundo espiritual esta inter- ligado com o mundo material e vice versa. A mediunidade e o contato com os espíritos estar presente em todas as religiões, porém com diferentes nomes e praticas.  É por isso que me considero um espiritualista, pois como espiritualista que sou, tenho total liberdade para se assim acham “misturar” esoterismo e espiritismo. Existe uma belíssima frase que resume todo o meu trabalho que é atribuída  ao Gandhi que diz o seguinte: 
“Como a abelha que colhe o mel de diversas flores, a pessoa sábia aceita a essência das diversas crenças e vê somente o bem em todas as religiões”
Terceiro, o preconceito existe sim, porém a Doutrina dos Espíritos diz que todo preconceito é típico de espíritos atrasados. E diz mais,diz que o Espiritismo não será a religião do futuro, mas o futuro das religiões.

Você já errou algumas previsões?

Sim.  Porém, tenho mais de 13 anos de consultas Esotéricas, e com muito orgulho afirmo que os números de acertos são superiores aos  não confirmados .

O consulente influencia nas previsões?

Sim. Tanto quanto o consultor. É dever de ambos nutrir nobres pensamentos, para que haja uma sintonia melhor com o astral.

Quais são os maiores problemas que os consulentes lhe traz?

Não existe isso de pequeno  ou  grande problema.
Até porque, quando me procuram sempre acham que o que estão passando é o maior problema do mundo.
Então, procuro orientar e ajudar em tudo.
Ninguém, que me procurar sairá sem uma resposta.
E se não for da minha capacidade ajudá-los, mesmo assim, indicarei outros com mais capacidades para tal. Não é por um acaso que o meu lema é:
Honestidade acima de tudo, sempre!

Para encerramos gostaria se possível você deixasse uma mensagem para os seu leitores e consulentes:

Deixo aqui para todos uma mensagem que aprendi depois de muito tempo a respeitar e aceitar os  possíveis "Nãos" da vida. Nem sempre o que desejamos será o melhor para nós.
Acreditem forças superiores estão sempre conosco, nos ajudando, nos orientando, só pedem para que sejamos mais pacientes e resignados, pois Deus que estar no comando sabe de cada um de nós e no final teremos o que nos for merecido.

Paz e Luz.

Regih Ricarth. 



Preto Velho




Sou preto. Negro como a noite sem estrelas. 
Sou velho. Velho como as vidas de meus irmãos. 
Mas  se  sou  ainda negro, é porque,
trago em mim as marcas do tempo,  
as marcas do Cristo. 
Essas marcas são as estrelas de minha alma, 
de minha vida. 
Sou  negro. 
Mas  a  brancura  do  linho  se  estampa  na  simplicidade do me meu, olhar, que tenta ver apenas o lado bonito da vida. 
Sou velho, sim. 
Mas é na experiência da vida que se adquire a verdadeira 
sabedoria, aquela que vem do Alto. 
Sou velho. Velho no falar; velho na mensagem, 
velho nas tentativas de acertar. 
A  minha  força, eu a construí na vida, na dor, no sofrimento.  
Não no sofrimento como alguns entendem, mas naquele decorrente 
das lutas, das dificuldades do caminho, 
da força empreendida na subida. 
A  força  da  vida  se  estrutura nas vivências.  
É à medida que construímos 
nossa experiência que essa força se apodera de nós, 
nos envolve e nós então nos saturamos dela.  
É a força e a coragem de ser você mesmo, do não se acovardar 
diante das lutas, de continuar tentando. 
Sou  forte. 
Mas quando me deixo encher de pretensões,
 então eu descubro que sou fraco.
Quando aprendo a sair de mim mesmo e ir em direção ao 
próximo, aí eu sei que me fortaleço. 
Sou andarilho. 
Eu  sou  preto,  sou  velho,  sou  humano. 
Mas  sou  humano  sim.  
Sou  como você, sou Espírito. 
Sou errante, aprendiz de mim mesmo. 
Na estrada da vida, aprendi que até hoje, 
e possivelmente para sempre, 
serei apenas o aprendiz da vida. 
Pelas estradas da vida eu corro, eu ando. 
Tudo  isso para aprender que, como você, 
eu sou um cidadão do universo, 
viajor do mundo. 
Sou um semeador da paz. 
Sou preto, sou velho, sou Espírito. 

Texto retirado do livro Sabedoria de um Preto Velho psicografia de Robson Pinheiro pelo Espirito PAI JOÃO DE ARUANDA.

25 de fev. de 2011

CARTA PSICOGRAFADA DA CANTORA CLARA NUNES ATRAVÉS DE CHICO XAVIER

“Querida Maria, eu pressentia que o encontro através de notícias seria primeiramente com você. Somente você teria suficiente disposição para viajar de Caetanópolis até aqui , no objetivo de atingir o nosso intercâmbio.

O Poeta Carlos Drummond de Andrade retrada como foi a sua morte e as primeiras experiências na espiritualidade para o cantor Cazuza:




..."Vi apenas que um vulto se aproximava de mim e senti uma emoção muito intensa, sem saber ao certo do que se tratava. O vulto aproximava-se devagar. Ao divisar sua figura com clareza, meu coração de espírito parecia prestes a sofrer um infarto espiritual.
- Calma, meu rapaz! - saudou-me o espírito, ajeitando os óculos na face.
Estava estupefato. Era o grande escritor, Carlos Drummond de Andrade.
- Fique quieto onde está - prosseguiu ele, procurando deixar-me à vontade. - Aproveite o frescor da noite e a brisa que vem do mar.
Jeito pacato pediu-me licença com o sorriso e, como eu não reagisse logo se alojou junto a mim ali mesmo, nas areias da praia.
- Quer dizer então que você veio para o lado de cá? - perguntou, para puxar conversa.
- Para o lado de cá? - indaguei com estranhamento.
- Claro, para o lado de cá da vida, da morte; do outro lado, ou coisa semelhante.
- É! Parece... - tornei a responder-lhe meio sem jeito, ainda mais daquela forma, deitado aos pés do Drummond.
- Pois é agora estamos reunidos na condição de espírito. Você não ignora esse fato, não é mesmo?
- Não - anuí, gaguejando. Ainda não tinha me recuperado do impacto de encontrá-lo, a primeira celebridade do além-túmulo.
- É isso, meu rapaz. Aproveite seu tempo e sua eternidade particular para se decidir logo. Precisamos de muita ajuda do lado de cá; há trabalho para todos.
- Então você sabe da proposta que me fizeram lá no Santuário?
- Claro que sei! Eu mesmo estava lá quando você chegou. Estava numa outra atividade, mas não havia como ignorar sua chegada.
- Como assim? - perguntei.
- É que por aqui as notícias correm com a velocidade do pensamento. Todo mundo só falava de você, de sua música, de sua chegada.
- Você trabalha por lá também?
- Bem, não é assim exatamente. Vez ou outra eu e alguns outros espíritos vamos dar nossa cota de contribuição. São os velhos artistas da Terra que se reúnem para auxiliar como podem. Assim, quando você adentrou o ambiente, todos já o aguardavam.
 - Todos? Quem?
- Todos aqueles que nos reunimos ali, aproximados pela arte.
- E você? - ousei perguntar. - Como chegou aqui? Digo, a sua morte; foi diferente a sua chegada do lado de cá, não?
- Ah! Sim. Cada um é diferente do outro. Tal a vida, tal a morte. É sempre assim. De acordo com o gênero da vida que se levou dá-se o momento da morte e a situação que se define logo após.
- Então você foi um privilegiado...
- Claro que não. Você aprenderá logo, logo, meu caro, que por aqui não existe privilégio algum. Apenas nos reunimos conforme as afinidades, tendências e gostos.
No caso dos artistas, por exemplo, procuramos dar a nossa contribuição de acordo com a nossa capacidade. Mas de maneira alguma nos furtamos aos problemas criados pelas nossas atitudes. Sempre colhemos o que plantamos.
- Mesmo assim, isso quer dizer que sua morte foi algo diferente, não é?
- Como lhe disse, todos são diferentes de acordo com as aquisições da vida. Quer saber os detalhes?
- Claro! Adoraria saber algo a seu respeito - falei animado. - Acho que eu mesmo me beneficiaria com isso.
- Vamos lá, se você deseja saber algo mais. Porém, não crie expectativas, pois o momento da minha morte foi algo comum. A diferença é apenas que eu gosto de dar tons mais coloridos aos detalhes.
Falando assim, o grande escritor brasileiro e mineiro descreveu para mim seus primeiros momentos após a morte. Sentei-me na areia e, ouvidos atentos, escutava cada palavra que saía de sua boca.
A lua estava maravilhosa, e, àquela altura, eu já me sentia mais renovado.
A morte seria um tédio caso não houvesse vida. Seria uma negação, caso não houvesse nada após a sepultura.
Imagine eu, acostumado a trabalhar produzir intelectualmente, obrigado a ficar ali, parado, indefinidamente. O corpo inerte na fria tumba, deitado, esperando a voracidade dos vermes. Sem pensar, sem produzir, sem ao menos ver as horas passar.
Aguardar o famigerado juízo final? E para quê? Ser enviado a um céu de desocupados, que estacionaram no pior retrato de mau gosto do Olímpio e não aprenderam sequer a tocar um instrumento mais emocionante que a harpa? Ou para ser despachado em direção a um inferno onde o decorador errou na quantidade de vermelho, e os homens, ainda por cima, possuem rabo? A propósito: nunca ninguém perguntou quem paga a conta de todo aquele fogo, em combustão permanente? Que desperdício! Devíamos ir fazer comida no inferno, que tem gás de graça.
Mas a morte, para a minha paz, não é assim, afinal. Na verdade, o que ocorreu comigo foi uma intensa e febril atividade cerebral ou extracerebral, mental, totalmente alheia ao velho corpo.
Pareceu que eu dormia. Simplesmente isso. Mas dormia um sono diferente, com sonhos nítidos povoados por seres, coisas e situações. Eu simplesmente vivia; era tudo.
Mas o corpo não me respondia. E diante daquela agonia de viver sem o corpo e de morrer sem a alma eu via apenas o corpo deitado de boca aberta, num esgar. E eu - eu não era mais aquele corpo - conservava a minha transparência que varava a cama, os móveis, as paredes. Eu era espírito.
O velório é que foi o verdadeiro tédio em minha nova situação de vivo-apesar-de-morto; as homenagens sinceras eram entremeadas com bajulações difíceis de agüentar.
Presenteavam um corpo morto de alguém que estava vivo, sentia-se vivo. Por fim, acabei encontrando um divertimento naquela situação, uma saída para o tédio que ameaçava tomar conta da minha eternidade particular.
Já nos primeiros momentos, aprendi que podia ter acesso aos pensamentos alheios. Ao redor do ataúde reuniam-se curiosos, familiares e antigos colegas de serviço.
Alguns se dedicavam a pensar nos eventuais "direitos" sobre a minha produção intelectual e literária. Era um velório concorrido; até mesmo quem não gostava de mim e me criticava encontrava-se ali, disputando um lugar para bajular o velho defunto. Eu apenas ria e me divertia em saber como os pensamentos agora percebidos e as atitudes que observava divergiam tanto entre si.
Aos poucos, entretanto, o divertimento passou, e o deboche tornou-se monótono. Fui arrastado por forças invisíveis. Literalmente, fui sugado dali para um lugar sem nome certo. Talvez nem fosse um lugar, mas uma situação.
Vi alguém que mais parecia ser um anjo, ou um guardião, já que esse alguém não tinha asas para voar, embora pairasse acima de mim.
Lembrei-me de que nos últimos tempos, ainda de posse do corpo, eu havia sonhado inúmeras vezes com um personagem. Cogitava escrever um texto, quem sabe um romance, e o tal personagem se materializava aos poucos em minha mente, em meus sonhos. Mas ali estava ele, em minha vida real de morto. Era o personagem de meus sonhos.
Porém, mais nítido, mais vivo e sorridente do que nunca. O ser dos meus sonhos e da minha nova vida aproximou e recebeu-me com um sorriso. E, sem falar, ou falando sem articular palavras, comunicou-se:
- Sou um amigo, um mensageiro do Pai.
Estranho, o meu amigo. Ele se dizia um mensageiro, talvez um anjo. Mas parecia tão humano tão igual a mim...
Aproveitei a situação e os pensamentos céleres que passavam em minha mente para analisá-lo, avaliá-lo. Á primeira impressão, parecia gente boa, até honesto. Não se assuste, mas é de se duvidar da honestidade até mesmo de alguém que já morreu. Eu o examinei de cima abaixo, mirando toda a sua transparência transcendental de espírito de luz.
- Como é o seu nome? - perguntei como quem desejava estabelecer uma conversação.
 - Meu nome? Não vem ao caso - disse ele. – Sou apenas um mensageiro.
- Eu não converso com quem não conheço. Gente sem nome! Onde já se viu isso? E ainda mais quando se é anjo, morto ou coisa que o valha.
Ora, a noção mais elementar de boas maneiras, em qualquer cultura, me presume, inclui tratar-se pelo nome, cordialmente. Como podia conviver com um indivíduo sem o mínimo de educação? Não me dar o nome era quase uma afronta, um "até logo" em nosso papo de dois minutos. Será que ele estava foragido das autoridades do Além?
Então se explicaria sua omissão...
- Está bem. Pode me chamar do que quiser.
- Tudo bem - respondi novamente, com cara de desprezo.
"Do que quiser" era meu anjo guardião! Se pelo menos se chamasse Gabriel, Gamaliel ou qualquer nome importante, com o popular e distintivo sufixo "el"... Mas, não.
Era apenas um anjinho qualquer, um simples mensageiro "Do que quiser".
Ele sorriu para mim. Aquele sorriso de garoto maroto, travesso e que conhecia, como de fato conhecia todas as minhas estripulias mentais.
Num gesto nobre, decidi relevar a ignorância daquela alma que, por certo, não recebera educação apropriada. Tornei, então, a indagá-lo. Fiz aquelas perguntas fatais, que exigem respostas decididas, convictas, inéditas:
- Quem é o Pai?
- Deus.
- Deus, o Criador?
- Sim.
- Ah!
- "Ah!", o quê?
- "Ah!" simplesmente "Ah!"; nunca estudou português?
- Não falo disso...
- Bem, então meu "Ah!" pode significar uma pergunta: Se Deus é o Criador, quem o criou?
- Ah! - agora era a hora do meu "anjo" engasgar.
- "Ah!", o quê? - dessa vez fui eu quem indaguei.
- "Ah!", simplesmente.
- Então você não sabe?- tornei a incomodá-lo.
- Claro que sei! Aliás, não sei! Ninguém sabe.
- Então ninguém por aqui sabe a resposta?
- Sabe sim. Ou melhor, não sabe.
- Afinal - perguntei, com tom definitivo - sabe ou não sabe? Que tipo de anjo é você que não pode me responder uma coisinha tão simples assim, tão elementar?
- Eu sei, mas também não sei. Ah! A propósito, você está confundindo tudo: Deus não foi criado; Ele cria. Só isso.
- Então, por que você não me respondeu logo? Isso eu já sabia...
- Se já sabia, por que me fez perder tempo com suas dúvidas?
- Ah!- respondi.
- "Ah!" o quê?
- Só Ah!"!
- Mas...
- Eu não tinha dúvidas quanto a isso. Eu apenas testava você.
- Me testava?-perguntou meu mensageiro.
- É, testava.
- Como assim?
- Eu queria verificar se você estava apto a me tolerar nesta nova vida. Eu apenas queria fazer uma tempestade cerebral, embora eu saiba que nós dois já não tenhamos mais cérebro. Sorry...
- E como me saí, em seu teste?
- Bem, você chegou à resposta, mas faltou um pouquinho de astúcia, não é verdade? Não se preocupe: você me protege e orienta, como todo bom "anjo", e eu faço os diálogos necessários. Não é uma boa parceria? Aos poucos, trocaremos habilidades.
O que ele poderia fazer a não ser sorrir de minhas cômicas e inusitadas pretensões?
Onde estávamos parecia muito mais uma cidade do que uma região do paraíso. Era muito bonito. Mas era uma cidade. Eu jamais gostei daquilo que as religiões ensinavam sobre o paraíso. Era tudo ficção - e, como eu disse, de mau gosto -, invenção de religiosos mascarados. Mas ali, naquela cidade, naquele exato instante, começava uma nova vida para mim.
Deixei para trás o meu amigo mensageiro e fui logo entrando de posse daquela vida cheia de desafios. Acho que ele se cansou de mim. Sempre que o vejo está atrás de mim, correndo, como que tentando me chamar. E eu, sem essa de descanso eterno, sempre com meus papéis e minha caneta estilo Mont. Blanc (também ‘“desencarnada”), saio por aí, com um mentor correndo atrás de mim, fazendo as minhas observações de morto-vivo, jornalista e repórter do Além.

 Texto retirado do livro "Faz parte do meu Show" do médium Robson Pinheiro.

21 de fev. de 2011

NOVOS SIGNOS???

 
Reghi Oliveira:
"Eu também sou da mesma opinião da Astróloga da Folha,
Barbara Abramo e digo mais, isso como veio vai passar,porém quem quiser acreditar fique a vontade".        

Em uma entrevista polêmica concedida nesta quinta-feira, o astrônomo Parke Kunkle defende que as mudanças no alinhamento da Terra podem ter alterado as datas de muitos signos do zodíaco.

Segundo ele, pode até mesmo haver um novo signo: Ophiuchus ou Serpentario.
Para a astróloga da Folha, Barbara Abramo, as mudanças no alinhamento da Terra não influenciam a astrologia convencional.
"É uma conversa antiga, desde que descobriram essa constelação [Ophiuchus]. Mas a astrologia é um sistema fechado, que não incorpora descobertas científicas. A astrologia é simbólica e formatada", diz Abramo.
"Seria o mesmo que alguém descobrisse que há outra nota musical. As composições feitas até aqui não iriam mudar, iriam?", compara.
Apesar disso, ela diz não repreender quem quiser testar o novo sistema. "Sintam-se à vontade. Por que não?".



NOVO ZODÍACO

Veja como ficaria o seu signo de acordo com Kunkle.
 

Capricórnio: 20/01 a 16/02
Aquário: 16/02 a 11/03
Peixes: 11/03 a 18/04
Áries: 18/04 a 13/05
Touro: 13/05 a 21/06
Gêmeos: 21/06 a 20/07
Câncer: 20/07 a 10/08
Leão: 10/08 a 16/09
Virgem: 16/09 a 30/10
Libra: 30/10 a 23/11
Escorpião: 23/11 a 29/11
Ophiuchus: 29/11 a 17/12
Sagitário: 17/12 a 20/01 



Os 12 signos que conhecemos hoje foram definidos há quase 3.000 anos, quando a astrologia começou, e desde então, sua posição em relação ao Sol mudou. As datas valem apenas para quem nasceu a partir de 2009.

20 de fev. de 2011

VALE A PENA SUICIDAR-SE?



É impressionante o número de suicídios que encontramos relatados nos jornais.
Por que tanto se matam as criaturas, especialmente nas épocas de dificuldades e incertezas?
Deixemos de lado as causas imediatas, como problemas financeiros, amorosos ou de consciência.
Isso é apenas a gota d’água que fez transbordar o cálice, toque final que acabou por romper o precário equilíbrio emocional do ser, desatando seu impulso destrutivo numa ânsia de libertação.
São secundárias essas causas, embora tenham sido o fato precipitador da tragédia. Secundárias e relativas, porque um motivo, que poderia ser extremamente fútil para um, assume proporções alarmantes para outrem.
Além disso, vemos o mesmo indivíduo suportar, às vezes, golpes muito mais graves e sucumbir, depois, diante de
questões que um pouco mais de tolerância ou paciência teriam colocado em sua verdadeira perspectiva.
Muito depende, pois do seu estado emocional no momento em que lhe surge o problema pela frente.
Quando penso nisso, lembro-me sempre de uma advertência que encontrei no guichê de uma loja em  Nova Iorque que; dizia assim: “Que diferença fará isso daqui a 99 anos?
Aquilo que agora nos parece uma calamidade insuportável, reduz-se às proporções de mero incidente daqui a poucas horas, alguns dias ou uns escassos meses.
É fácil demonstrar a veracidade da afirmação: quais foram as mágoas que nos atingiram tão fundo no ano passado?
Ou há três anos? Mesmo que nos lembremos de algumas delas - as que nos pareceram mais graves - já não nos ferem como então.
Com o decorrer de um pouco mais de tempo, lembrar-nos-emos delas até mesmo com certo sorriso indulgente e pensaremos: “Veja só! Isso me deu tanto aborrecimento e, afinal, nem valeu a pena...”
De outras vezes, aquilo que nos atormentou, nem sequer teve existência real; foi produto de uma imaginação exaltada, momentaneamente obscurecida pelo cansaço, pelas paixões ou pelo simples desconhecimento dos fatos.
Logo a seguir, o que nos parecia tão alarmante, verificamos ser simples suspeita com aparência de realidade.
Por isso, não é necessário pesquisar as causas imediatas, que desencadeiam a tragédia do suicídio; examinemos as origens profundas do fenômeno.
Por que se mata a criatura humana? Mata-se o pobre, o aleijado, o doente, como também se mata o rico, o belo, o saudável.
Por quê? Na verdade, o suicídio é, basicamente, uma fuga.
0 suicida quer fugir de situações embaraçosas, de desgostos, de pessoas que detesta, de mágoas que não se sente com forças para,suportar, deseja, afinal de contas, fugir de si mesmo.
E aí que está a gênese do seu fatal desengano: não podemos, de maneira alguma, fugir de nós próprios.
Para que isto ocorresse, seria necessário que tudo se acabasse com a morte; seria preciso que, ao cortar o fio da existência, tudo o que somos se dissolvesse, num instante, em nada.
E não é assim que acontece; absolutamente não.
Vemos, então, que o fundamento da ilusão suicida está na total ignorância do homem diante de sua própria natureza espiritual.
Há de chegar o dia em que todos compreenderão que somos Espíritos encarnados e não simplesmente conglomerado de células materiais; que o corpo físico é um mero instrumento de trabalho e aperfeiçoamento do Espírito; acessório e não principal, na estrutura da personalidade humana.
Nesse dia não haverá mais suicidas.
Suicidar para quê? Se apenas o organismo fisico se destrói, ao passo que o princípio espiritual sobrevive?
Abandonado pelo Espírito, o corpo não é mais que um amontoado de matéria.
E, como tal, volta para a sua origem, isto é, a terra.
O Espírito, a seu turno, também regressa para o lugar donde veio: aquilo a que o Dr. Hernani G. Andrade chama hiperespaço.
Com o Espírito é que pensamos e sentimos; nunca com o corpo fisico, mera ferramenta.
Para certificar-se disso, basta ver um cadáver.
Que é que falta à criatura que acaba de morrer?
Têm ainda os músculos, a mesma cor dos olhos, o cérebro, os órgãos internos.
Por que não se mexe mais, não anda, não fala, não vive?
Por que sua carne entra logo em decomposição e seu corpo começa a ruir como uma casa abandonada?
A resposta é simples: é porque algo muito importante deixou aquele corpo para sempre.
Esse algo, princípio imaterial do ser, é o Espírito, órgão diretor e coordenador, sem o que tudo se desorganiza e se desintegra.
A parte que fica é inerte e sem vida própria; não sente dor, nem outra qualquer sensação - é só matéria.
A consciência está no Espírito que parte.
Por conseguinte, quando deixamos o corpo material, levamos nossas lembranças, sentimentos, paixões, alegrias, tristezas, esperanças, temores, angústias e sofrimentos, tal como os experimentávamos aqui na carne.
O corpo não é mais que uma vestimenta perecível do Espírito imortal.
E se sofríamos aqui, sofreremos muito mais do lado de lá da vida, se praticarmos a violência do suicídio.
Não só porque nossas mágoas terrenas persistem, mas porque descobrimos surpresos, envergonhados e terrivelmente arrependidos, que continuamos vivos, com as mesmas idéias que tínhamos, e ainda sofrendo dores muito mais agudas, porque só então nos assalta, num tremendo impacto, a amarga compreensão da loucura que praticamos.
Para os espíritas, familiarizados com a literatura mediúnica, isso não é novidade.
Temos inúmeros depoimentos de Espíritos que provocaram a destruição de seu corpo
fisico, na trágica ilusão de que 'dessa forma se libertariam para sempre de seus problemas.
E vêm confessar, amargurados, que o portão da morte não se abre para a escuridão vazia do nada; que a vida continua, com o corpo fisico ou sem ele; e aquilo a que chamamos morte é uma simples transição - seus portões nos levam a uma outra forma de vida e não ao aniquilamento.
E então aquele que destruiu voluntariamente seu envoltório material chega à dolorosa conclusão de que apenas conseguiu agravar enormemente seus problemas íntimos, sem libertar-se de nenhuma de suas dificuldades.
E descobre, ainda mais, que terá de voltar à carne em outras condições, talvez ainda mais penosas e precárias, tantas vezes quantas forem necessárias para corrigir, refazer e pacificar.
Assistimos, então, ao funcionamento inapelável da lei cármica de causa e efeito, ajudando o pobre ser derrotado e doente a tomar o amargo remédio da recuperação.
E aquele que arrebentou seus próprios ouvidos, com um tiro assassino, renasce com o mecanismo da audição destruído; não podendo ouvir, não aprende a falar.
E daí atravessar uma existência inteira, isolado na solidão forçada, a fim de que seu Espírito compreenda, no silêncio, o verdadeiro sentido da vida e o valor inestimável dos dons que recebemos ao nascer.
O que tomou venenos corrosivos, volta à carne com as vísceras deficientes, sujeitas a misteriosas e incuráveis mazelas.
Tudo isso porque não podemos ir adiante sem pagar o que devemos, e, sendo a justiça de Deus tão perfeita, não pagamos senão o que devemos segundo diz a Lei.
Logo, o suicídio é o maior, o mais trágico e lamentável equívoco que o ser humano pode cometer.
Para não suportar uma dor que deveria durar alguns instantes, buscamos,precipitadamente, outra .
Que pode durar tanto quanto uma nova existência de aflições.
Certamente Deus nos dá os recursos necessários à recuperação, mas o esforço da subida tem que ser nosso, para que dele decorra o mérito da ação.
Isso de dores, mágoas, sofrimentos e aflições são tudo condição transitória de seres em reajuste moral.
No fundo de si mesmo, o Espírito esclarecido sabe, intuitivamente, a razão da sua dor e se rejubila com ela, porque somente pagando o que deve poderá prosseguir para o Alto.
E sabe mais: certo da perfeição da Lei, na qual não há injustiças, compreende que, se sofre, é porque deve; a Justiça Divina não cobra multas a quem não cometeu infrações; ela é infinitamente mais perfeita que a dos homens.
Dessa forma, interferindo violentamente no mecanismo das leis supremas, o suicídio agrava os problemas, em vez de resolvê-los.
A ordem é esperar com paciência, resignação e confiança, aguardando serenamente a libertação.
Acima de toda mágoa, o Espírito pode pairar serenamente e até mesmo embalado por secreta alegria, pois tem a certeza de que está resgatando, com a única moeda válida - a do sofiimento -,compromissos que ainda o prendem a um passado faltoso.


Texto do Livro : Candeias na noite escura,Por João Marcus,Pseudônimo de Hermínio C. Miranda.

10 de fev. de 2011

Chico Xavier comenta a transição planetária



A conversa abaixo foi feita no dia 5 de janeiro de 1954 e publicada na Revista Boa Vontade, Ano 1, n 04 - Outubro de 1956.)
 


Pergunta: - Que pode o irmão dizer-nos a respeito do astro que se avizinha, segundo a predição de Ramatís?
Chico Xavier: - Esclarece nosso orientador espiritual que o assunto alusivo à aproximação de um Planeta ou de Planetas, da zona - ou melhor da aura da Terra - deve, naturalmente, basear-se em estudos científicos, que possam saciar a curiosidade construtiva das novas gerações renascentes no mundo.
O problema, desse modo, envolve acurados exames, com a colaboração da ciência e da observação de nossos dias. Razão por que pede ele que não nos detenhamos na expressão física dos acontecimentos que se vizinham, para marcar maiores acontecimentos - acontecimentos esses de natureza espetacular - na transformação do plano em que estamos estagiando, no presente século.
Afirma nosso amigo que o progresso da óptica e das ciências matemáticas, serão portadoras, naturalmente, de ilações, conclusões da mais alta importância para os nossos destinos, no futuro próximo.
Pergunta: - Pode Emmanuel dizer-nos algo a respeito da verticalização do eixo da Terra e das transformações que esta sofrerá, segundo Ramatís?
Chico Xavier: - Afirma nosso Orientador espiritual que não podemos esquecer que a Terra, em sua constituição física, propriamente considerada, possui os seus grandes períodos de atividade e de repouso.
Cada período de atividade e cada período de repouso da MATÉRIA PLANETÁRIA, que hoje representa o alicerce de nossa morada temporária, pode ser calculado, cada um, em duzentos e sessenta mil (260.000) anos. Atravessando o período de repouso da matéria terrestre, a vida se reorganiza, enxameando de novo, nos vários departamentos do Planeta, representando, assim, novos caminhos para a evolução das almas.
Assim sendo, os GRANDES INSTRUTORES da Humanidade, nos PLANOS SUPERIORES, consideram que, desses 260.000 anos de atividade, 60 a 64 mil anos são empregados na reorganização dos pródomos da vida organizada.
Logo em seguida, surge o desenvolvimento das grandes raças que, como grandes quadros, enfeixam assuntos e serviços, que dizem respeito à evolução do espírito domiciliado na Terra.
Assim, depois desses 60 a 64 mil anos de reorganização de nossa Casa Planetária, temos sempre grandes transformações, de 28 em 28 mil anos.
Depois do período dos 64 mil anos, tivemos duas raças na Terra, cujos traços se perderam, por causa de seu primitivismo.
Logo em seguida, podemos considerar a grande raça Lemuriana, como portadora de urna inteligência algo mais avançada, detentora de valores mais altos, nos domínios do espírito.
Após a raça Lemuriana - em seguida aos 28.000 anos de trabalho lemuriano propriamente considerado - chegamos ao grande período da raça Atlântida, era outros 28.000 anos de grandes trabalhos, no qual a inteligência do mundo se elevou de maneira considerável.
Achamo-nos, agora, nos últimos períodos da grande raça Ariana.
Podemos considerar essas raças, como grandes ciclos de serviços, em que somos chamados de mil modos diferentes, em cada ano de nossa permanência na crosta do planeta, ou fora dela, ao aperfeiçoamento espiritual, que é o objetivo de nossas lutas, de nossos problemas, de nossas grandes questões, na esfera de relações, uns para com os outros.
Assim considerando, será mais significativo e mais acertado, para nós, venhamos a estudar a transformação atual da Terra sob um ponto de vida moral, para que o serviço espiritual, confiado às nossas mãos e aos nossos esforços, não se perca em considerações, que podem sofrer grandes alterações, grandes desvios; porque o serviço interpretativo da filosofia e da ciência está invariavelmente subordinado ao Pensamento Divino, cuja grandeza não podemos perscrutar.
Cabe-nos, então, sentir, e, mais ainda, reconhecer, que os fenômenos da vida moderna e as modificações que nosso “habitat” terreal vem apresentando nos indicam a vizinhança de atividades renovadoras, de considerável extensão.
Daí esse afluxo de revelações da vida extra-terrestre, incluindo sobre as cogitações dos homens; esses apelos reiterados, do mundo dos espíritos; essa manifestação ostensiva, daqueles que, supostamente mortos na Terra, são vivos na eternidade, companheiros dos homens em outras faixas vibratórias do campo em que a humanidade evolui.
Toda essa eclosão de notícias, de mensagens, de avisos da vida espiritual, devem significar para o homem, domiciliado na Terra do presente século, a urgência do aproveitamento das lições de JESUS. Elas devera ser apreciadas em si mesmas, e examinadas igualmente no exemplo e no ensinamento de todos aqueles que, em variados setores culturais, políticos e filosóficos do globo - lhe traduzem a vontade divina, que na essência é sempre a nossa jornada para o Supremo Bem.

6 de fev. de 2011

Tudo está certo


 
Conta uma antiga lenda norueguesa que um homem cuidava com muito zelo de uma capela, num distante povoado.
Haakon era seu nome e via, todos os dias, muita gente adentrar a ermida e orar, com devoção, frente a uma cruz muito antiga.
Certo dia, Haakon, impulsionado por um sentimento de generosidade, ajoelhou-se diante da cruz e fez uma oferta ao Crucificado.
Senhor, desejo padecer por Vós. Deixai-me ocupar o Vosso lugar.
O Senhor da cruz abriu os lábios e falou:
Amigo, posso atender a tua rogativa, mediante uma condição.
Qual é, Senhor? Será uma condição muito difícil? Estou disposto a cumpri-la.
Então, lhe disse o Cristo:
Escuta-me. Aconteça o que acontecer, não importa o que vejas, terás que guardar sempre absoluto silêncio.
O homem, resoluto, respondeu:
Eu prometo, Senhor!
Fizeram a troca sem que ninguém viesse a perceber. O tempo passou e aquele que substituía o Crucificado conseguia cumprir o seu compromisso de sempre se manter calado.
Um dia, porém, um rico foi até a capela orar. Ao sair, esqueceu a sua bolsa sobre um dos bancos.
Haakon viu e se calou. Também não disse nada quando, umas duas horas depois, alguém que também viera orar, encontrou a bolsa e a levou para si.
Ainda ficou calado quando um rapaz veio pedir as graças dos céus antes de empreender uma longa viagem.
Contudo, o rico retornou em busca do que esquecera.
Como não encontrasse sua bolsa, pensou que o rapaz se teria apropriado dela. Voltou-se para ele e o interpelou, com raiva, exigindo que lhe devolvesse o que lhe pertencia.
Não peguei nenhuma bolsa! - Defendeu-se o jovem.
Mentiroso! - Gritou o homem rico. E arremeteu furioso contra ele, no intuito de agredi-lo.
Então, uma voz forte soou:
Para!
E a imagem falou, defendendo o jovem e censurando o rico pela falsa acusação.
Este saiu aniquilado do local. O jovem, porque tinha pressa para empreender a sua viagem, saiu logo em seguida.
Quando a ermida ficou vazia, Jesus dirigiu-Se a Haakon e lhe disse:
Desce da cruz. Não serves para ocupar o meu lugar. Não sabes guardar silêncio.
E, ante as justificativas do servidor, trocaram de lugar, concluindo o Cristo:
Tu não sabias que era conveniente para aquele homem perder a bolsa que trazia o preço de muita maldade.
Quanto ao rapaz, que iria receber alguns golpes, as suas feridas o teriam impedido de fazer a viagem que, para ele, foi fatal.
Faz uns minutos seu barco soçobrou e ele se afogou.
Tu não sabias, mas eu sabia. Por isso, eu sempre me calo.

Toda vez que acreditares que as tuas preces não foram ouvidas porque não foram atendidas, pensa que tudo está certo.
Logo mais ou um pouco depois descobrirás que Deus estava certo em Se manter silente.
Tenha certeza: nada te acontece que não seja o melhor para ti, naquele momento. Isso porque Deus nunca Se engana.

Se eu fosse Deus




Certo dia, lendo o artigo de um poeta, publicado no jornal, um parágrafo nos chamou atenção.
O poeta falava sobre a hipótese de um ser humano ser Deus por uma semana.
E dizia que, caso ele fosse Deus, “um minuto seria suficiente para tomar uma única decisão.”

“Sob a humaníssima – e jurídica – forma de lei. Na qualidade de Deus, chamaria o meu anjo-secretário e ditaria os dois artigos singelos da minha lei:”
"Art. 1.º – ficam a partir deste instante abolidos, em todos os quadrantes do terceiro planeta do sistema solar, na periferia da Via-Láctea, a miséria, o desamor, a injustiça, a doença, a ignorância, a guerra e a morte.”
Art. 2.º – revogam-se as disposições em contrário".

Certamente muitos de nós, como o poeta, faríamos a mesma determinação, abolindo, para sempre, a miséria, o desamor, a injustiça, a doença, a ignorância, a guerra e a morte..
E Deus, que é a inteligência suprema do universo, já decretou isso nas suas soberanas leis.
É só uma questão de tempo para que essa situação se torne realidade.
No entanto, o Criador, que é a sabedoria suprema, não pode violentar o livre-arbítrio de seus filhos, impondo uma perfeição que estes ainda estão longe de alcançar.
Vejamos o que dizem os espíritos superiores, explicando porque Deus não criou todos os espíritos perfeitos:

Se Deus os houvesse criado perfeitos, nenhum mérito teriam para gozar dos benefícios dessa perfeição. Onde estaria o merecimento sem a luta? Além disso, a desigualdade entre eles existente é necessária às suas personalidades. Pois que, na vida social, todos os homens podem chegar às mais altas funções, seria o caso de perguntar-se por que o soberano de um país não faz de cada um de seus soldados um general; Por que todos os empregados subalternos não são funcionários superiores; por que todos os colegiais não são mestres.

Muito lógica e muito consoladora a resposta dos Sábios do espaço.
Se todos os espíritos encarnados na terra estivessem no nível de Ganhdi, Chico Xavier, Madre Teresa, Irmã Dulce e outros, não precisaria nenhum decreto proibindo a miséria, o desamor, a injustiça, a doença, a ignorância e a guerra.
Por outro lado, Jesus afirmou: “vós sois deuses”.
Assim sendo, se não somos Deus com “d” maiúsculo, somos filho dele e podemos fazer a nossa parte para que, um dia, a terra seja um planeta onde reine a paz.
Os espíritos foram criados simples e sem nenhum conhecimento, mas todos, sem exceção, chegarão à perfeição.
Vale lembrar, novamente, as palavras do mestre de Nazaré: “sede perfeitos como perfeito é o vosso Pai celestial.”
Portanto, todos nós seremos anjos um dia, só depende da nossa vontade. E essa vontade também inclui a busca das verdades que regem a vida, ou seja, as leis divinas.

Pense nisso!

Nos soberanos códigos divinos a morte não existe para o espírito. Jesus provou isso se mostrando vivo depois da morte física.
A miséria, o desamor, a injustiça, a doença, a ignorância e a guerra, são problemas criados pelo próprio homem.
Nesse caso, nem precisa ser Deus para abolir de vez por todas essas misérias que nos causam dor e sofrimento.
E a única condição para que isso aconteça é querer.


Equipe de Redação do Momento Espírita, com base em artigo de João Manuel Simões, publicado no jornal Gazeta do Povo, no dia 11/08/2003 e da pergunta 119 de O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, Ed. FEB.